Não fui, portanto, à procura do Douro do sociólogo António Barreto, ou do verde Douro de Eça de Queirós ou da imensidão do Douro de Miguel Torga. Não ia, mas encontrei-os. Ou melhor, eles encontraram-me. As diferentes facetas do Douro, dos verdes aos tons de Outono, o charme das encostas rendilhadas a socalcos de vinha, a tenacidade das suas gentes, os seus segredos e lugares recônditos. O Douro é uma simbiose perfeita entre a natureza, o rio e o homem. Ao olhar para a paisagem trabalhada pela mão do homem, é impossível não deixar de sentir um sentimento de admiração pelas suas gentes. Um respeito pelo trabalho realizado sobre duras condições durante os últimos trezentos anos.
O Douro e as suas margens nascem da sinuosidade do rio, mas foi o homem que domou a natureza e a transformou num enorme monumento paisagístico. Fui em missão de turismo de luxo, queria descobrir porque é que a região está atravessar o seu melhor momento de sempre, quer a nível de produção e de reputação de vinhos, como a nível de oferta hoteleira de exceção.
Tentei marcar a viagem para Agosto ou Setembro, mas foi praticamente impossível. Os hotéis e os alojamentos rurais estavam completamente cheios. A temporada alta vai de Maio a Outubro, sendo os meses de Agosto e Setembro os mais concorridos, especialmente por aqueles que desejam participar nas vindimas.
Assim, tive que adiar a viagem para o princípio de Outubro. Tinha medo do tempo e com alguma razão. Nos primeiros dias choveu, o que me impossibilitou de realizar grandes passeios pelas vinhas e pelos socalcos. As fotografias também não saíram tão bonitas como num dia de sol, mas em termos de experiência turística, devo dizer que o tempo instável não afetou em nada. Tive mais tempo para concentrar-me nos interiores dos hotéis, nas suas ofertas de atividades e provas vínicas, na oferta gastronómica e nos spas.
A chuva também conferiu algum charme à experiência, obrigando-me a parar e a disfrutar com mais tempo das coisas. Como ia determinada a conhecer boa parte da oferta hoteleira da Região do Douro, passei cada noite num hotel diferente. A viagem revelou-se uma mão cheia de surpresas e de experiências memoráveis, desde o luxo do Six Senses Douro Valley, à degustação da carta do Chef Rui Paula no DOC, o despertar para a cénica paisagem do rio no Vintage House, até às provas comentadas dos néctares da região.
Se nos primeiros dias, a minha agenda ficou constrangida pela chuva, no final da viagem fui abençoada por um sol magnífico e temperaturas amenas de Outono. O dourado do sol cria uma renda de sombras e luzes nas colinas do Douro, pincelando de ouro as folhas das vinhas e oferecendo-nos paisagens dignas de telas impressionistas.
O Avenida Chique foi à descoberta do Douro. Há imenso tempo que desejava fazer esta viagem, mas por alguma razão ou por outra, acabava sempre por adiá-la. Mas este ano, consegui organizar-me para partir em direção ao meu destino de sonho. A minha missão era testar os hotéis e alojamentos de enoturismo mais luxuosos, as experiências gastronómicas e vínicas de excelência, os spas e as atividades mais exclusivas.
Um blog sobre a essência do bom viver. O Avenida Chique é um blog português sobre viagens, turismo e gastronomia para quem desfruta com os grandes prazeres da vida: restaurantes de eleição, hotéis e spas, os melhores vinhos e cocktails, viagens cá dentro e lá fora, artes e cultura.
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