Taste Portugal 2015, brindando com marcianos.

Na estação seguinte esperava-nos a mestria da cozinha francesa do Chef Vincent Farges, que recebeu novamente uma estrela pela oferta gastronómica de excelência no restaurante Fortaleza do Guincho, em Cascais. Curiosamente, há pouco mais de duas semanas estive lá a jantar e provei a versão original do prato “Vieiras salteadas, kombu e limão meyer confitados, pérolas de coral e aipo crocante, geleia leve perfumada com rauram” (veja o post aqui). A versão servida no “Taste Portugal 2015” era mais pequena, mas como foi montada em direto também teve a sua graça... As vieiras do Chef Farges foram harmonizadas com a escolha do Sommelier Ricardo Morais, um vinho branco da região de Colares, Viúva Gomes Genuino de 2011. Como o próprio nome indica, este vinho vem de Colares, uma das denominações mais singulares do mundo e bem perto de Lisboa. No copo apresenta uma cor amarelo dourado, com aromas de maresia e iodo e na boca apresenta-se fresco com notas minerais, textura seca e acidez delicada. Outro par perfeito: restaurante de Cascais e vinho de Lisboa! Galeria de Fotografias

Brindando com Marcianos

Passamos à estação número três, a dos famosíssimos “Galvin Brothers”. Conhecer a esta dupla que acumula duas estrelas Michelin no restaurante La Chapelle em Londres, é toda uma experiência. Para quem, como eu, adora a gastronomia, o poder trocar algumas frases com estas sumidades da cozinha é algo indescritível. A proposta trazida pelo Chef Chris Galvin e o seu irmão Chef Jeff Galvin constou de um “Salmão curado com pickle de pepino abaunilhado e Jus marinheiro com maionese de wasabi”. Os sabores do prato foram potenciados pela escolha do vinho, a cargo do Sommelier-mor, António Lopes, organizador de toda a equipa dos sommeliers do “Taste Portugal 2015”. Lopes que foi eleito recentemente pela Revista Wine como o “melhor Sommelier do ano” escolheu um vinho branco do Dão, 2013, produzido pela americana Julia Kemper e que se intitula “Julia Kemper Curiosity”. Reparem na curiosa figurinha do extraterrestre que se assoma no rótulo da garrafa... o vinho foi batizado em homenagem ao rover “Curiosity”, um robot todo terreno da NASA destinado a explorar a superfície de Marte como parte da missão Mars Science Laboratory. Supostamente se tivessem encontrado um marciano, estaríamos agora a brindar com ele com um copo de Julia Kemper!

À parte da história engraçada o “Curiosity” apresenta-se no copo com uma cor púrpura, e aroma a rosmaninho e violeta, no paladar sentem-se frutos do bosque, frutos secos e um ligeiro toque de tosta. Embora a herdade da família Kemper produza vinho há mais de 400 anos, apenas começou com a comercialização há sensivelmente 12 anos. Utilizam técnicas de produção orgânica, sem adição de químicos e carvão para o processo de tosta. As vinhas situam-se em zonas altas, algumas no sopé da Serra da Estrela. Como não se colocam pesticidas, o controlo de pragas é feito de forma artesanal, com a plantação de rosais entre as vinhas e a pastorícia de ovelhas. Também toda a vindima é feita cuidadosamente à mão... Não sei vocês, mas parece-me um vinho bom demais para ser enviado a Marte... o melhor é consumi-lo por cá, em terras lusas!

Para mais informação sobre os vinhos:

Viúva Gomes: http://www.adegaviuvagomes.com

Julia Kemper: http://www.juliakemperwines.com/

Para ler a reportagem completa do Taste Portugal 2015 e ver todas as fotografias, veja a Galeria Taste Portugal 2015.