Vamos almoçar ao Trump? O restaurante do Presidente. Outro lugar bizarro.
Gostemos dele ou não, a verdade é que Trump é o homem do momento. Desde que assumiu funções como Presidente dos Estados Unidos, a Trump Tower na 5ª Avenida passou a ser destino obrigatório dos roteiros turísticos em Nova Iorque. E dentro desta torre forrada a mármore rosa, decorada a ouro e coroada com o brasão Trump, esconde-se o excentricamente famoso restaurante, Trump Grill.
Na nossa última visita a Nova Iorque estivemos por lá e alucinámos: já imaginou almoçar um hamburguer "ao modo do Trump" ou uma "salada Ivanka" ao som ribombante de uma orquestra de 50 músicos? Ali é tudo à grande e à americana. E ainda dizem que os americanos não são excêntricos...
A comida, porque seria uma hipérbole estilística chama-lhe "oferta gastronómica", não deve ser a razão da visita. Comemos uma sopa de cebola carregadinha de queijo e de glutamato - potenciador de sabor; uns hamburguers Black-Angus em pão brioche que não deixaram saudades e uma salada verde "Ivanka" sem consistência ou personalidade. O melhor da refeição foi mesmo a água, também cunhada com o nome da família. O pior foi a conta... preços de ouro em troca de uma experiência gastronómica medíocre, mas socialmente enriquecedora.
Não querendo transformar em crítica política esta (curta) crónica gastronómica - porque há pouco de bom para dizer sobre o restaurante-, concentremo-nos no lado bizarro da coisa. A Trump Tower é digna de visita porque por aí se encontram montras com a memorabília original da campanha - algumas peças já foram vistas em Lisboa no princípio do ano, quando Pacheco Pereira organizou a exposição Projeto Ephemera como o título "A Propaganda Nas Eleições Dos EUA - 2016" - . Por outro lado, ali concentram-se os Trump-lovers que circulam vestidos com a indumentária do "Make America Great Again", homens de negócio que almoçam no pseudo-restaurante do Presidente, e os Trump-haters que se manifestam diariamente à porta da Tower com cartazes e vozes vociferantes.
E eu que pensava já ter visitado o lugar mais bizarro do mundo [Kawaii Monster Café, em Tóquio] aqui, esse conceito ganha uma nova definição. Porque bizarro, bizarro é receber um menú de fast-food com o brazão cunhado a ouro com o nome do Presidente dos Estados Unidos, talvez a maior potência do mundo. Bizarro é ser atendida em inglês-espanholado por um latino, conhecendo a política de imigração do Gabinete Trump, não comecemos a falar em incongruências... Bizarro é almoçar numa espécie de Disneyland cuja temática única é o tributo ao homem e aos seus negócios. Bizarro é darem o nome de Ivanka a uma salada verde sem graça nenhuma, porque "obviamente", nós, as mulheres só comemos salada...
A decoração do restaurante também é imperdível. Quadros com molduradas douradas e um allure clássico mais falso que as pestanas postiças de Melania. Dourado, dourado. Porque é preciso dourar a ideia que as massas têm sobre esta personagem e tudo aquilo que ela representa. O restaurante é a personalização de aquilo que Fran Lebowitz escreveu sobre Trump "a poor person’s idea of a rich person”.
E ainda dizem que a gastronomia é só comida... não, não. Isto dava um estudo socio-político completo.
Créditos Fotográficos: Avenida Chique.
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