Wildfire, Vilamoura. A melhor smokehouse do Algarve.

Se gosta de carne com aquele sabor fumado, tem que ler este post. O restaurante Wildfire em Vilamoura, é atualmente uma das opções mais sérias no Algarve para degustar carnes e peixes fumados num smoker americano, uma espécie de fumeiro de alta tecnologia, e terminados no exclusivo fogão Josper. O Avenida Chique leva-o numa viagem gastronómica pelos prazeres da carne e dos molhos plenos de sabor.

Há três estrelas no Wildfire. A primeira é o smoker, um aparelho utilizado para cozinhar e fumar carnes e peixes a baixa temperatura num ambiente controlado e com fumo conseguido com pedaços de madeira aromatizada ou carvão. A segunda é o Josper, literalmente o “ferrari” dos fornos porque combina uma grelha a carvão com um forno de altas temperaturas. A terceira estrela e a mais brilhante, é a genialidade do Chef Jonnie Pratt , um irlandês arraigado no Algarve há vários anos que é capaz de contagiar toda a equipa de cozinha do Wildfire e de outros dois restaurante do grupo Natural com as suas ideias culinárias e de surpreender os clientes com receitas plenas de sabor e saber como o brilhante “patê fumado de fígado de galinha”.

Para que não pensem que a vida de uma crítica gastronómica é fácil, fiquem a saber que antes de escrever este post estive cinco vezes no Wildfire ao longo dos últimos 7 meses (a vida é dura, eu sei). A primeira visita foi em Agosto, o restaurante tinha aberto apenas a alguns dias e foi a Célia Meira, a marketeer do grupo Natural, que me levou a conhecer o novo conceito de smokehouse. Foi nesse primeiro encontro que conheci as três estrelas: o Chef, o “smoker” e o “Josper”. Adentrei-me nos interstícios da besta e fui ao andar de baixo visitar a sala da defumação onde preside um smoker de metro e meio de altura. Visitei cozinhas, abri frigoríficos, sentei-me na mesa de jantar do equipo de cozinha e depois, fui levada pela mão do Chef Jonnie a provar delícias de carne fumada, pequenas degustações que faziam parte ainda do período de teste e prova do menu final. Um paraíso para uma foodblogger. A verdade, verdadeira, é que fiquei fã do restaurante e estive tentada a escrever um post entusiasmado, mas a temperança mandou-me esperar.

Esperar porquê, estão a pensar vocês? Porque um restaurante quando abre precisa de tempo, como um barco para entrar em velocidade de cruzeiro. Tempo para afinar os procedimentos de serviço de mesa e as receitas estudadas e praticadas à perfeição para chegar ao mais ansiado: a constância da qualidade. Ao longo das seguintes visitas, todas elas incógnitas e sem aviso prévio, encontrei-me com algumas variações, alguns dias melhores que outros, mas agora, afirmo de coração pleno e estômago cheio que o Wildfire é um dos restaurantes obrigatórios em Vilamoura e no Algarve para quem gosta de carne com qualidade certificada e aprecia os sabores complexos que se conseguem com os processos da defumação.

“Never Ever” é o lema do grupo Natural que produz carne bovina em pastagens verdes do Uruguai. A tradução do “never ever” poderia ser “nunca jamais”, um compromisso sério com a qualidade da carne, que sempre será de produção biológica certificada: os animais “nunca jamais” foram submetidos a técnicas de crescimento intensivo com hormonas ou antibióticos excessivos. A carne bovina é produzida e controlada por uma Comunidade de Produtores na propriedade da BPU em Villas Boas, na região uruguaia de Durazno.

Bom, mas afinal o que é se pode comer no Wildfire? Sim, eu sei que essa pergunta é a mais importante mas também a mais difícil de responder, porque a carta está repleta de pratos saborosos. Do menu e para as entradas recomendo o “queijo de cabra fumado e gratinado com tomates secos e oregãos”, o "salmão fumado caseiro com alcaparras, cebolas vermelhas e emulsão de rábano picante” e o maravilhoso “patê de fígado de frango com geleia de moscatel e tostas”. Este patê é tão vergonhosamente bom que até dá vontade de lamber o vidro para não desperdiçar nem um bocadinho. Já para o prato principal experimente o “desfiado de porco com pão da casa, lentamente fumado com especiarias”, o “pianinho de porco marinado” ou a minha favorita a “maminha fumada com bourbon”. Se não sabe o que pedir, existem pratos de degustação que permitem provar três tipos de carne de uma só vez e são ideais para quem visita pela primeira vez o restaurante.

No departamento das sobremesas, recomendo igualmente o prato de degustação que oferece umas miniaturas das diferentes sobremesas: “crème brulée fumado com baunilha”, “eton mess”, “cheesecake de morango fumado”, “baked alaska”, mil-folhas de pistachio e “gelado fumado”. Quem resiste a esta sinfonia de sabores?

Para além dos pratos da carta, existem sempre miminhos do Chef Jonnie como as três variedades de pão: fumado e de tipo irlandês e alguns pratos especiais criados ao sabor da inspiração e do mercado.

Claramente não estamos a falar de um restaurante de alta-gastronomia, melhor seria classificá-lo como “alto-conforto” porque os sabores e as composições dos pratos pertencem aquela classe de comida que conforta alma e estômago. No departamento dos vinhos e cocktails também há boas surpresas, uma carta bem recheada de cocktails clássicos e criativos que dão um tom de celebração a qualquer refeição.

Agora sim e passado sete meses, dou o meu aval sincero e mais que merecido. Wildfire, excelente.