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O novo airbus A330 da Sata: fly cheap, stay chic.

O Avenida Chique foi testar os primeiros voos do Airbus A330 a serviço da Sata, a companhia aérea da Região Autónoma dos Açores, na ligação transatlântica Lisboa - Boston. Viajámos em classe business / executiva para contar-lhe todos os detalhes (bons e menos bons) da experiência deste novo avião da Sata, agora também denominada Azorean Airlines. Com o intensificar dos fluxos turísticos entre Portugal e Estados Unidos, definitivamente, a adição dos "novos" A330 comprados em segunda mão à Air Jordan, vem melhorar (e) muito o serviço da companhia aérea portuguesa e o conforto de todos os passageiros.

Depois de semanas inteiras à procura da melhor solução em termos de ligações aéreas, contabilizando preços, horários e caraterísticas dos voos, resolvemos viajar com a Sata. Foi a primeira vez que utilizámos a companhia aérea da Região Autónoma dos Açores e estávamos um pouco ansiosos. Até agora as viagens aos Estados Unidos foram sempre realizadas com companhias de bandeira alemãs e britânicas e a aposta pela Sata foi quase um tiro no escuro. A principal razão foi o preço excepcional que conseguimos para dois assentos reclináveis em business num bom modelo de airbus, o A330. A esta boa notícia de ordem financeira, juntou-se o facto da duração da viagem aérea transatlântica ser uma das mais curtas.

A classe executiva / business do novo airbus A330 da Sata.

A classe executiva / business do novo airbus A330 da Sata.

Os trâmites de check-in no aeroporto de Lisboa decorreram agilmente, no mostrador de check-in de business sem filas de espera. O sistema de check-in está automaticamente ligado ao programa de visas / ESTA dos Estados Unidos. Os visas/ESTA foram pedidos online através de um formulário bastante simples e custam por pessoa, cerca de 4 euros. Os controles de passaporte e segurança no aeroporto foram muito rápidos devido ao acesso Greenway permitido pela bilhete business. Trata-se de um acesso rápido e direto que evita as filas de espera dos bilhetes regulares.

De Lisboa viajámos até Ponta Delgada e de aí descolámos em direção a Boston. A viagem transatlântica dos Açores a Boston dura apenas cinco horas e meia e como os assentos da classe executiva/business permitem reclinação completa, é possível aproveitar o tempo para pôr o sono em dia. O avião faz uma paragem em Ponta Delgada, no Aeroporto João Paulo II. A duração da viagem desde o continente até à Ilha de São Miguel é de apenas 2h10m.

Vista da Ilha de São Miguel, a bordo do novo airbus A330 da Sata.

Vista da Ilha de São Miguel, a bordo do novo airbus A330 da Sata.

A escala é curtíssima, de apenas meia hora, que dá para esticar as pernas e fazer o último xixi em terras lusas. O avião é submetido a uma limpeza e inspeção de rotina e por isso os passageiros são convidados a sair com todas as malas de mão e conduzidos em bus até ao terminal. Aqui ficámos confinados a uma área envidraçada e vigiada, com um pequeno bar, casas de banho, assentos suficientes para todos os passageiros, televisões, Internet e tomadas para carregar o telefone ou computador. Aparentemente a classe business aqui não tem lounge próprio, os passageiros ficam todos juntos, mas ao menos desfrutam de uma vista com uma nesga para o Atlântico.

Os Contras: O preço reduzido do bilhete tem as suas razões: o lounge de espera no Aeroporto de Lisboa não é o da "ground fource" mas sim o "Blue Lounge" situado na parte antiga do aeroporto. Está decorado com móveis bastante usados e o serviço de café e bolinhos é pobre.

Neste voo existiram alguns falhos, o sistema de entretenimento a bordo não estava a funcionar e não forneceram uma opção alternativa aos passageiros (como um Ipad). A seleção de jornais e revistas era limitada a imprensa portuguesa o que num voo internacional e transatlântico não se compreende.

Para mim, e talvez o mais grave, foi terem-se esquecido do meu menu sem lactose, mesmo depois de eu ter ligado duas vezes para a central telefónica da Sata a confirmar. Assim, na primeira refeição só pude comer a mini salada, mas ao jantar arranjaram-me um menu com bacalhau que estava bastante bom. O meu marido, felizmente não tem intolerância à lactose, provou na primeira refeição o menu assinado pelo mediático Chef Chakall: salada de rúcula com espadarte fumado, pinhões e passas; panado de frango com linguinnis de choco com molho de queijo e um merengue com biscoito. Tudo delicioso. Mas teve menos sorte com o segundo serviço porque em vez de peixe,escolheu carne e foi surpreendido com um quadrado de carne moída nada convidativo. Por isso, a oferta gastronómica do A330 fica classificada como razoável, com grandes possibilidades de melhora.

Outro problema técnico para além do entretenimento que não funcionava, alguns dos assentos apresentavam problemas de funcionamento dos botões. Como as funções não funcionam corretamente tivemos que mudar de assento a meio da viagem. Que sorte que havia assentos livres... Os Prós: A razão essencial para viajar com Sata é o preço do bilhete que é pelo menos metade do praticado por outras companhias para a mesma travessia em classe business. Outra razão é a duração da viagem que é curta e a horas decentes. Mas há mais razões... Devo frisar a amabilidade do pessoal de bordo, que ao contrário de muitas das críticas publicadas na Internet, foram imensamente amáveis e prestaram um serviço digo de primeira classe.

Se tem um estilo de vida de tipo jet-setter não espere, porém, encontrar uma classe business similar à Emirates ou à Thai Airlines. Aqui não há nenhum "mordomo pessoal" a bordo, não existe um menu sibarita impresso em papel couché, uma lista de vinhos vintage, nem os "amenities" são assinados pela Bvlgari, Clarins ou Hermès. A bolsinha executiva da Sata vem com a habitual venda de olhos, meias, um tubinho de creme, tampões para os ouvidos e uma escovinha de dentes. Nada que reclamar, pois é preciso ter em mente o preço simpático do bilhete. Aliás, prefiro que uma companhia mantenha os amenities simples e sem chiquices desnecessárias e permita viajar em Business a um bom preço. Pagámos cerca de 1.000 euros por dois bilhetes de ida em Business Class e pré-reserva de assento e duas malas em porão por pessoa, mais uma de mão. Quem consegue ir de Lisboa a Boston em business mais barato? Pontualidade: A ligação saiu de Lisboa com 15 minutos de atraso, acumulou meia hora de atraso em Ponta Delgada, e acabou por chegar a Boston com quase uma hora de atraso.

Resumindo e concluindo, sopesando os prós e os contras, eu voltaria (e voltarei) a usar a Sata como companhia aérea para ligações transatlânticas e também para conhecer melhor os Açores. Recomendo esta companhia a quem procura uma solução relativamente económica para uma classe business / executiva com assento que permite dormir e relaxar as pernas. O serviço foi atento e profissional com constantes serviços de bebidas e atenção aos detalhes. A limpeza do avião e da casa de banho foi mantida impoluta. Até há uma janela na casa de banho, pormenor que me parece muito engraçado... Em resumo, esta é uma companhia absolutamente recomendável, com excelente qualidade preço. Prepare-se para voar, voar, voar... A Sata é uma companhia da Região Autónoma dos Açores que existe há mais de 75 anos. Realiza ligações entre o arquipélago, com Portugal continental, ilhas da Macarronésia - os arquipélagos da Madeira, Canárias e Cabo Verde- e nos últimos 30 anos tem vindo estabelecer uma importante ligação aérea com as cidades americanas e canadienses com maior comunidade portuguesa emigrante (Boston e Toronto, entre outras).

Os tons azuis e a denominação da companhia estão em processo de reestruturação e estão a ser substituídos por tons verdes de diferentes matizes que representam a natureza esplendorosa das nove ilhas dos Açores e um logotipo com a cauda de uma baleia. O airbus A330, batizado com o nome de Ciprião de Figueiredo, em que viajei tinha uma enorme baleia desenhada no dorso do avião. Parece-me uma mudança acertada pois os Açores são um dos maiores santuários de baleias do mundo e a sua naturaleza é marca da paisagem que importa preservar.

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