Chuva de Cores ilumina Setúbal
Já não visitava Setúbal há pelo menos 13 anos. E a última vez que lá fui não foi por boas razões. Na altura estava a estagiar na Sic Notícias. A viagem foi para fazer uma reportagem. Viajei com um grupo de repórteres gráficos e com a jornalista Joana Latina para cobrir uma circunstância humana muito desagradável que estava suceder no Porto de Setúbal. Tratava-se de uma tripulação de 7 a 10 homens, quase todos romenos e búgaros que viviam numa situação de miséria extrema a bordo de um velho barco pesqueiro. O dono do barco tinha deixado de lhes pagar e os pobres não tinham dinheiro nem para comer, nem para abastecer o barco, nem para pagar o aluguer do espaço onde estavam ancorados no Porto. Portanto, as minhas lembranças pessoais relacionadas com Setúbal não eram nada glamorosas, ao contrário, a mera associação à cidade lembrava-me logo daquela impressionante história de limites humanos e mendicidade extrema.
Mas hoje, passados tantos anos, retornou o desejo de voltar a Setúbal. E porquê? Pois, por uma simples razão: os efeitos dos média. Sim, sim, as imagens tão bonitas e cuidadas que enquadram as cenas da novela Mar Salgado (SIC, em prime time) atraíram-me de sobremaneira que não descansei enquanto não fui (re)descobrir a carismática cidade de Setúbal, a sua costa e naturalmente, as praias paradisíacas de Tróia.
Infelizmente fui só passar o dia e não tive tempo para alojar-me em nenhum hotel, mas como gostei tanto da experiência, certamente irei passear por lá mais vezes.
Encontrei uma cidade com uma parte histórica em recuperação, uma baixa comercial viva e muitos pormenores arquitectónicos deslumbrantes. Nota-se que há um esforço para preservar os edifícios antigos e em reanimar o comércio local e tradicional. Numa das afamadas ruas comerciais, no coração da baixa sadina, encontrei uma curiosa exposição de chapéus de chuva coloridos. Nesse dia fazia um céu azul intenso, o que contrastava com as cores vibrantes das sombrinhas. Lindo. Colorido. Primaveril. Esta ideia não é nova, já a tinha visto uma performance similar em outras cidades europeias, no entanto acho sempre brilhante esta reprodução de arte contemporânea de rua.
Recomendo, portanto, a visita à cidade e um saltinho em ferry, até às paradisíacas praias da península de Tróia.
O que ficou por fazer? Muita coisa! Entre elas, alugar um barco e ir passear pelo Estuário do Sado, mergulhar num Atlântico calmo e coralino que quase lembra o Pacífico e já agora, ver uma família de golfinhos... Fica para a próxima...
Aqui ficam algumas instantâneas feitas com o Iphone. Espero que gostem. Beijinhos Chiques.