Olivier Avenida, embaixador do novo glamour lisboeta
Do sonho ao pesadelo e de volta ao céu gastronómico.
Um fim de semana em Lisboa com amigos e cheio de highlights gastronómicos. Esta era a grande ideia. E a experiência especial iria ser provar o nosso “único chef português com duas estrelas Michelin”, ou seja o restaurante de José Avilles, o Belcanto. Mas a verdade é que nada saiu como esperado. A mesa foi reservada com quatro semanas de antecipação e mesmo assim, só conseguimos o “first seating” ou seja, às 19:30, e com o compromisso de que tínhamos que sair pontuais às 21:00, porque às 21:30 já tinham outra reserva. Depois de várias chamadas para lá e um email a informar ao que ia e a pedir o grande favor de nos conseguirem mesa para mais tarde, sabem qual foi a resposta que recebi? Nenhuma, nada, niente, rien de rien. Então eu comecei a ficar nervosa... Ia especialmente do Algarve para escrever sobre o restaurante, já tinha o hotel reservado e pior, o casal amigo que vinha especialmente da Holanda para passar o fim de semana connosco, também já tinha os voos comprados... Então, por segurança reservei no Olivier Avenida.
Mas esta ida a Lisboa teimava em transformar-se em pesadelo.... Os amigos holandeses tiveram um imprevisto laboral e acabaram por ficar em Amsterdão... e eu no dia anterior, dei um mau jeito tão grande no pescoço que estive mesmo, mesmo para desmarcar tudo. Mas bom, o meu marido lá me convenceu a ir e eu tratei do insuportável torcicolo com analgésicos e um suporte para o pescoço todo catita...
Assim, sem Belcanto mas com uma reserva segura num dos grandes clássicos de Lisboa, marchámos, sábado à noite, até à Avenida da Liberdade. No coração da capital chique e cada vez mais cosmopolita encontrámos casais bonitos portugueses, americanos, alemães, angolanos, franceses.... Antes de entrarmos no restaurante ainda arrastei o meu marido pelas montras da Gucci, Cartier e da Fashion Clinic... sim, sim, mesmo sem poder mexer o pescoço, não consegui resistir... O pesadelo dos contratempos começou a diluir-se aos poucos... a noite estava linda... os edifícios históricos bem iluminados, e um aroma inebriante a Primavera... estamos apenas no início de Março, mas já toda a cidade cheira a flores e a promessas...
O Olivier Avenida fica, para quem não sabe, no Hotel Tivoli Avenida. O restaurante tem uma decoração trendy e cosmopolita, com grandes lustres, espelhos, pérolas, papel de parede, cortinas pesadas. Ao lado do Olivier Avenida fica o Yakusa, o japonês também com a assinatura do Chef Olivier da Costa. Por estarem juntos é possível disfrutar no Olivier Avenida também da oferta da carta de sushi.
Mas antes de passarmos ao desfile gastronómico, deixem-me descrever a chegada ao restaurante. Tiago, o chef de sala recebeu-nos com um grande sorriso, ajudou-nos com os casacos e acompanhou-nos ao bar. Aí bebericámos um “appletini” bem fresco elaborado pelo barista Castillo, um venezuelano bem simpático que já conhecíamos do Yakusa Algarve Pine Cliffs (leia aqui). Assim, quase entre amigos, sorrisos e o efeito do apple-martini (a misturar-se com os analgésicos) a noite começou a animar-se. O restaurante estava cheio, um sábado à noite bem composto, com muitas caras conhecidas e pessoas bonitas.
Depois dos cocktails passámos à sala de jantar. Sentámo-nos numa mesa para quatro com um banquinho arredondado forrado a veludo azul e com charme francês. Claro, inicialmente a reserva estava feita para quatro, a contar com os meus queridos amigos holandeses que faltaram, mas mesmo assim, o staff do restaurante manteve a nossa mesa e foram muito amáveis e compreensivos com o incidente de última hora. (Repararam no contraste da simpatia entre um Belcanto que nem responde aos emails e às chamadas? e um Olivier que faz tudo para agradar? Pois, é o que dá ter duas estrelas Michelin... )
Ainda estávamos a deliciar-nos com a leitura atenta da carta, apareceu o próprio Chef Olivier para nos cumprimentar. Não o fez só a nós, claro! Foi a todas as mesas do restaurante e cumprimentou os clientes um por um, perguntou se estava tudo bem e ainda recomendou algum prato da carta, de acordo com o nosso gosto pessoal. Creio que este tipo de atenção num restaurante é absolutamente louvável, mesmo de aplaudir. Quando vamos a um restaurante com o nome e o apelido de alguém, esperamos ver essa pessoa. E se esse Chef, por mais célebre ou conhecido que seja, se arma de humildade e vem cumprimentar a todas as pessoas essa simples ação torna-o humano, acessível e mais querido de todos. Sem sombra de arrogância, Olivier passeou pelas mesas, vestido de forma simples e informal, e ganhou, na minha opinião, a estrela da simpatia.
Mas vamos ao que importa: as delícias gastronómicas. A nossa escolha de entradas recaiu num espetacular “carpaccio de atum azul, salmão, peixe-branco, vieiras e caviar com azeite de trufa e molho ponzu” e no Hot Yakusa, ou seja, um rolo de alga, arroz, salmão, queijo creme e sésamo, já um clássico da cozinha japonesa assinada pelo Chef Olivier da Costa.
O prato principal foi uma deliciosa picanha de kobe acompanhada com linguini com molho de parmesão e trufa preta.... ou seja uma bomba calórica, mas com um sabor tão delicioso que até nos faz fechar os olhos para desfrutar do prazer de cada bocado! Acompanhámos este desfile de sabores com um bom vinho tinto alentejano, o Preta. Trata-se de uma mistura de três castas, touriga nacional, alicante bouschet e aragonez (tempranillo) elaborada com as uvas da casa Fita Preta. Uma preciosidade líquida, que recomendo vivamente.
E claro, para terminar em beleza como podemos fazer ainda mais feliz o estômago e o espírito? Escolhemos uns “nems de framboesa, chocolate branco e molho de menta e iogurte”... uns crocantes ainda quentes a escorrer molho de framboesa.... oh... que maravilha!
Então já perceberam o subtítulo do post? “Do sonho ao pesadelo e de volta ao céu gastronómico?” O sonho era sair da rotina e ir a Lisboa só para deliciar-nos com as propostas gastronómicas que a Capital tem para nos oferecer. O pesadelo foi a súmula de contratempos passando por não ter mesa no Belcanto, os meus amigos desmarcarem à última da hora e o meu inesperado (e bem doloroso) torcicolo. Finalmente voltámos ao céu gastronómico, graças aos sabores deliciosos dos pratos e do serviço impecável do Olivier Avenida!
Lisboa, Lisboa, continuas capital dos sabores cosmopolitas do nosso Portugal!
Os melhores Appletinis preparados pelo Barista Castillo, no Olivier Avenida. Nem doces, nem amargos, a mistura perfeita para começar uma noite em beleza, num dos restaurantes mais cosmopolitas de Lisboa.
Carpaccio de sashimis variados... excelente!
Hot Yakusa... sushi fusão!
Picanha deliciosa e linguinnis com trufa... quem resiste???
Aqui estou eu, com cara de analgésico e um belo torcicolo!
Preta 2011. Um excelente vinho alentejano. Não deixem de provar.... recomendadíssimo!
Oh.... sobremesa divina! Os nems crocantes e quentinhos a escorrer molho de framboesa....!
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