Ho Chi Minh e Phò bò, o líder, a sopa e outras impressões de Hanoi. Vietname.
Se ontem foi dia de visita à cidade e às pessoas, hoje pegamos no guia de viagem e vamos fazer as visitas aos templos e monumentos mais famosos.
Parada obrigatória em Hanoi é a visita ao mausoléu de Ho Chi Minh (antigo líder do Vietname) e à sua residência de Verão, um edifício de estilo colonial que usava para alojar aos emissários estrangeiros. Conta a História que Ho Chi Minh usava uma pequena casa de madeira, que se encontra junta ao lago, onde crescem umas árvores com raízes que lembram pequenos budas.
Nas avenidas junto ao Mausoléu, encontramos vendedores de frutas exóticas e barbeiros que fazem os cortes de cabelo e barba nos seus stand improvisados: uma cadeira de plástico e um espelho pendurado de uma árvore.
Ao almoço provei um dos pratos nacionais, a Phò bò, uma aromática sopa com caldo de peixe, noodles de arroz transparentes e finas fatias de carne de vaca, cebolinho e uma porção de sticky rice. A experiência gastronómica é amenizada pelo observar do vai e vem dos tuc-tuc, motas ou bicicletas com atrelado para turistas. É frequente ver mulheres transportando aos ombros uma cana de bambu onde equilibram dois grandes cestos de frutas, ovos ou qualquer outra mercadoria. Passamos por lojas de fruta, verduras frescas e grandes molhes de coentros, cebolinho, gengibre e alho-francês.
Cheira a incenso dos templos e dos pequenos altares budistas que todas as lojas, bares e restaurantes têm à entrada, mas o aroma dominante é um aroma ligeiramente fétido, a fritos, a molho de peixe e a esgoto. O mito urbano que Ásia cheira diferente é aqui plenamente confirmado. Ao cheiro junta-se a humidade, e o constante buzinar de carros e dos motores das motas.
Em Hanoi vivem 7 milhões de pessoas e 4 milhões de motas. A maioria das casas são pequenas e velhas. Quem pôde construir nos últimos anos, escolheu um tipo de arquitetura peculiar: as casas são muito estreitas, como se alguém agarrasse numa casa europeia e a esticasse para cima, com três ou quatro andares, onde coabitam várias gerações da mesma família. Existe o costume de pendurar a roupa em varões ao sol e de realizar as lides diárias na rua: cozinhar, lavar os pratos e a roupa, tudo se faz no passeio. Eles e elas sentados nos pequenos banquitos de plástico ou de cócoras, grelham carne, peixe ou cozinham arroz.
Como em quase toda a Ásia, no Vietname também existe uma devoção quase religiosa por tecnologia. Na praça ao lado da Catedral de São José, no quarteirão francês, acumulam-se grupinhos de jovens rendidos aos Iphones e aos Samsungs, não falam, passam o tempo enviando mensagens ou surfando na internet...