Hanoi, a misteriosa senhora do Oriente
Bom Dia Vietname! Estamos a amanhecer e a misteriosa capital do Vietname, Hanoi, enche-se de cor e de vida.
Tomamos um espresso no Café Villa enquanto observamos a imparável procissão de motas que comem cada centímetro de estrada, o calor húmido invade-nos cada poro. O emaranhado de cabos elétricos e telefónicos acumula-se num novelo indecifrável. É nos cabos e postes que estão penduradas gaiolas de pássaros e as bandeiras nacionais: vermelhas e com a estrela amarela de 5 pontas, que significa a união entre obreiros, camponeses, inteletuais, comerciantes e militares.
Fiz um esforço enorme para levantar-me às seis da manhã. Queria presenciar a dança silencionsa dos praticantes de Tai Chi de todas as idades que saúdam o nascer do sol no parque ao lado do lago Hoàn Kiém, situado entre a zona antiga e o Quarteirão Francês.
E depois fui passear pelas laterais do lago Hoàn Kiém até chegar a um dos retiros por excelência, a pequena ilha com o templo da montanha de Jade, o Den Ngoc Son. Para lá chegar cruza-se a ponte vermelha Huc. O templo foi construído no século XVIII, em honra do General Tran Hung Dao, que venceu os mongóis no século XIII. No seu interior aguarda-nos uma colecção de bonsáis e uma tartaruga dissecada com mais de dois metros e 250 quilos de peso. Nos limiares do templo, encontramos idosos a desfrutar do tempo jogando cartas, damas e xadrês.
O reflexo do Thap Rua, o pavilhão da torre da tartaruga, espraia-se pelas águas do lago. Há uma série de cafés que se alinham ao longo do espelho de água, como Thui Ta, conhecido pelos seus cocos e cafés gelados.
Entretanto já a manhã se transformou em meio-dia. Nos restaurantes típicos de rua, os vietnamitas fumam e bebem acocorados em banquinhos de plástico, que na Europa usaríamos para descansar os pés ou para sentar a crianças. Encontramos vários personagens: músicos, famílias com em redes improvisadas e vendedores de salsichas grelhadas, pedaços de ananás e chás em bolsinhas de plástico.
O visitante é facilmente atraído pelo labirinto de ruas, lojas e mercados que conformam a parte antiga de Hanoi, situada a norte do parque.
Atravessar a estrada é uma aventura, requer uma grande dose de confiança e provoca uma subida de adrenalina. Uma vez iniciada a travessia, é importante manter a mesma velocidade e não parar, as motorizadas vão passando entre nós e felizmente tudo sairá bem.
O bulício de lojas oferece uma variedade de artesanatos, sapatos, frutas, flores, imitações de marcas, chapéus e t-shirts com o “Good Morning Vietname”. Durante os fins de semana, a zona entre o parque e o mercado de Cho Dong Xuan está fechada ao trânsito e um mercado noturno invade os passeios e as alamedas.
Um vendedor sentado de cócoras num dos laterais do parque vende um mini buffet de lulas, espetadinhas de frango grelhadas num pequeno fogareiro. A oferta gastronómica dos pequenos vendedores de rua está disponível nas ruas da cidade.
Uma profusão de cores, aromas e sorrisos. A cidade corre frenética, mas há sempre tempo para um sorriso.