Vietname. A chegada.
"Life is Magnifique!" diz a placa da Sofitel,
como o prenúncio de uma viagem magnífica...
Depois de impacientes horas e horas em avião de Lisboa a Frankfurt e de Frankfurt a Hanoi, veio a doce sensação da chegada: já estamos no Vietname! E não é só chegar a um espaço diferente. Aqui o tempo parece correr de outra forma.
No trajeto do aeroporto ao hotel, de repente começou a cair uma chuva forte, lágrimas grossas e trovões. Começou a anoitecer e tudo está cinzento, mas os aromas da cidade despertam-se e entram sem pedir licença pela nesga de vidro entreaberta. É a forma peculiar de Hanoi, a cidade-senhora misteriosa do Oriente, nos dar as boas-vindas!
O Hotel Metrópole Sofitel fica no Quarteirão Francês. Logo à entrada da fachada de traça colonial em pedra espera-nos um "bell-boy" oriental em uniforme estilo "mao" e luvas brancas que nos abre a porta do carro com um sorriso e um chapéu de chuva. Este é um dos hotéis com mais história da cidade, e já se alojaram vários chefes de estado, presidentes de grandes empresas, escritores e até estrelas de Hollywood: desde Fidel Castro a Angelina Jolie.
As escadarias e o lobby em madeira escura colonial emanam o mesmo charme desde 1901. Cheira a incenso e a óleos de madeira. A empregada da receção, vestida com um "Áu Dai" branco, uniforme de seda vietnamita e um colar de pérolas, fala-nos baixinho, delicada como uma orquídea oriental enquanto nos conduz-nos ao quarto. Pelos corredores passamos por grandes janelas e espio o jardim e a piscina onde a chuva da monção cai com veemência. Antes de ir deitar, sentamos no bar L'Oriental a bebericar devagarinho um daikiri e a ouvir o cair da chuva e dos trovões que se confundem com as notas do piano e a voz da cantora de jazz.
A magia da viagem já começou. No teto baloiçam as ventoinhas de palha. Sinto que não sou eu. Talvez alguma personagem de um filme ou da novela “Um Americano Tranquilo” de Graham Greene. Deixei o meu eu em Lisboa e agora assumo outra identidade. A de turista. De viajante. Com olhos e coração abertos para o outro e para as paisagens misteriosas que me esperam.
Um pequeno friozinho de emoção percorre-me a barriga. Quantas coisas vou ver e assimilar nos próximos dias! E todas as impressões, vêm parar aqui ao Avenida Chique. Sim, porque você se calhar ainda não sabe, mas viajou comigo, pertinho do coração...
Beijinhos Chiques!