Amazona de Loewe. Uma mala "it" só para guerreiras!
S.W. Adoro malas. Gosto de sapatos, mas gosto ainda mais de malas. Malas especiais claro, com apelidos, nomes de atrizes famosas ou de personagens de cinema, malas com histórias para contar. As malas são objetos de culto perfeitos. Não envelhecem, não dependem de dietas e portanto não ficam nem apertadas nem largas.
As malas para além de representar um estilo, são passíveis de poder representar muito mais. Por exemplo, posição social. É como um código escondido, só descodificado por quem as conhece e sabe o que representam. Os acessórios de moda, sejam eles malas, relógios, sapatos, bem como o vestuário em si, participam da constituição da identidade de cada um de nós. São só objetos, seres inanimados, mas que nos permitem-nos construir o nosso próprio estilo, uma identidade que representa o que somos ou o que queremos ser.
Mas deixo a semiótica da moda para outro dia e para contextos mais apropriados, pois hoje por aqui ninguém quer ouvir falar de signos, símbolos, significados e significantes...
Abro com este post o princípio de muitos outros dedicados às histórias das minhas malas favoritas... A "Kelly" e a "Birkin" de Hermés, a "Speedy" de Louis Vuitton, a "2.55" de Chanel, a "Lady" de Dior, a "Baguette" de Fendi ou a "Amazona" de Loewe, entre tantas outras.
E começo precisamente pela história da Amazona, uma das criações mais clássicas e elegantes da casa espanhola, Loewe. Trata-se de uma mala de linhas puras, funcional e discreta, usada por mulheres de bom gosto.
A história da casa Loewe começou em 1892, quando um alemão de nome Enrique Loewe Roessberg abriu a sua loja na Calle Príncipe, em Madrid. O artesão realizava peças com um desenho tão primoroso que começou a fazer furor na alta sociedade espanhola. Em 1905, Loewe recebeu o título oficial de fornecedor oficial da Casa Real Espanhola.
Mas foi em 1937, quando a nova geração da família Loewe, mais concretamente o neto do fundador, Enrique Loewe Knappe, deu um passo em frente e abriu a boutique principal da Loewe na avenida mais cobiçada da Península Ibérica da época, a Gran Vía. Hoje, a Loewe pertence agora à empresa de luxo mais bem sucedida no mundo, a LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy).
E deixo a história da casa Loewe e concentro-me na Amazona, uma das malas de que mais gosto e que tem um lugar muito especial no meu guarda roupa. A Amazona foi desenhada em 1975 por Dario Rossi, utilizando como matéria prima a pele de melhor qualidade do mundo. Esta pele é conhecida como "a napa 7.000 A" e é extraída das ovelhas espanholas dos Pirenéus.
A grande inovação trazida ao mundo do design e da moda, consistiu em apresentar um dos primeiros bolsos flexíveis, sem forro e completamente feito à mão. O nome? Bem esta é a parte que eu gosto mais! Ao ouvir "Amazona" penso logo na mitologia grega e nas mulheres guerreiras. E sim, o nome foi escolhido como metáfora que significa liberdade feminina! Recordemos que na década de 70, Espanha estava ainda muito influenciada pelo regime ditatorial de Franco. Respirava-se, como em Portugal, uma necessidade de mudança e foi nesta altura que as mulheres começaram a reivindicar os seus direitos. Loewe criou esta mala precisamente para ser utilizada pela nova mulher, independente, a amazona das selvas de ferro e betão.
Nas décadas seguintes a mala Amazona foi reinventada pelos diferentes diretores criativos da casa Loewe, Narciso Rodríguez ou Stuars Vevers, em diferentes tamanhos, cores e materiais... Até hoje, "Amazona" é uma das malas mais icónicas de Loewe.
Levo-a quando vou a reuniões, almoços ou jantares de trabalho. Faz-me sentir confiante e profissional, mas ao mesmo tempo feminina. Mas é uma mala tão versátil que fica igualmente bem com um look descontraído, como uns jeans e uma camisa branca de bom corte. Já se percebeu, estou apaixonada pela minha Amazona, pelo toque suave e o aroma da pele, mas especialmente pelo seu significado: para mim, bem, é símbolo do "empowerment" feminino e de mulheres fortes e guerreiras. :))))
E pensou que a Amazona é só para homens? Olhe aqui esta composição feita com a versão XXL da mala? Um charme... :)
