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E o Caribe aqui tão perto... há uma ilha Deserta à sua espera no Algarve.


Existem sítios no mundo onde não me importaria de me perder para sempre. As ilhas da Ria Formosa são um desses lugares especiais. As memórias que construo em cada visita pertencem ao álbum dos dias perfeitos, carregados de raios de sol, energia positiva, espuma de mar e essência de liberdade. Por isso, esta semana voltamos à Deserta (ou ilha da Barreta) e aqui vos deixo a nossa experiência... vale a pena visitar este lugar pelo menos uma vez na vida!

Para descobrir esta maravilha basta chegar ao porto de Faro ou de Olhão e pedir um taxi-barco. Cuidado com alguns dos taxistas (são muito boas pessoas com certeza) pois tentam sempre dirigir-nos à ilha da Culatra ou ao Farol. Esses sítios são também encantadores e detêm um certo charme caribeño, serão merecedores de posts futuros. Mas hoje, quero partilhar a experiência da Deserta.

Por 30 euros aluga-se um taxi-barco desde Olhão até à praia da Deserta (ou 35 euros desde Faro). Existem também barcos maiores que oferecem excursões. Atualmente existe uma empresa (Animaris) que detém as excursões à ilha, a exploração comercial do único restaurante e a concessão de praia. Eu e o meu marido preferimos ir em taxi-barco para não estarmos dependentes de horários e ter essa sensação de que o barco está ali só para nós... Se preferir ir com excursões organizadas, há pelo menos 6 carreiras regulares diárias e o preço do bilhete ronda os 10 euros (ida e volta).

Dependendo do barco, são entre 15 e 40 minutos de viagem pelos canais abertos da Ria Formosa. Um trilião de sensações invadem-nos nada mais pôr o pé no barco. Os raios de sol a fazer cócegas na pele e o cheiro penetrante da ria, do mar, das algas e dos moluscos. Uma espécie de perfume podre e intenso a vida marítima. É daquelas coisas... ou se adora à primeira ou se detesta para sempre. Eu pois, adoro.

Durante a travessia passamos pelas "quintinhas de amêijoas". Se estiver maré baixa é fácil observar como os pescadores ou apanhadores de marisco dividem a areia com paus e canas e preparam as suas produções de moluscos. A Ria Formosa forma um ecossistema único onde co-existem uma variedade e uma quantidade inacreditável de aves migratórias e plantas endémicas. É difícil captar com uma câmara fotográfica comum a inefável beleza desta paisagem marinha. Aqui, nesta "sétima maravilha portuguesa" mora a paz.

Deixando a Culatra e a Ilha do Farol do lado direito, chegamos finalmente à Deserta. A ilha mais ao sul de Portugal Continental é banhada por um lado pela Ria e pelo outro pelo Atlântico. As praias em ambos lados são lindíssimas e não ficam nada atrás das praias do Brasil ou do Caribe. O taxi-barco entra pela fina areia adentro e deixa-nos mesmo ali, sozinhos num areal imenso e deserto. Ao fundo vislumbra-se a silhueta dos arranha-céus da cidade de Faro, e nós num paraíso natural aqui tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

Começámos por bordear a ilha pelo lado da Ria. Os 11 metros de areal dourado estão repletos de conchas, espuma e erva marinha. Deitei-me na areia virgem, sem pegadas, sem traços que lembrem a outros humanos. E enquanto fechava os olhos, descubri entre o suave sussurro das ondas da Ria, a algazarra das aves que pescam e se banham nas águas transparentes. Senti-me por momentos transportada no tempo e no espaço até ao "Menina do Mar" de Sophia de Mello Breyner Andresen. Ri-me e pensei para dentro, isto sim, é um luxo.

Depois de algumas imersões em água cristalina, decidimos explorar o interior da Deserta. Existe uma passadeira de madeira que bordeia a ilha e oferece postais memoráveis. A paisagem é muito especial e é pena que por ali se encontrem alguns vestígios de presença humana, lixo, garrafas e até pedaços de tijolos que por ali ficaram como testemunhos das construções ilegais que entretanto foram demolidas.

Depois de 20 minutos de caminhada vislumbramos o único edifício da ilha, o restaurante O Estaminé. Aí, descobrimos irritados que não somos os únicos "visitantes", o restaurante está repleto. Sentamo-nos e esperamos ansiosos pelo menu (os taxistas tinham-nos avisado: Huuuuu! Esse restaurante é caríssimo!)

Os preços rondam os 50 a 60 euros por pessoa, e na nossa opinião não fazem justiça à maravilhosa experiência oferecida. O Estaminé é um daqueles espaços onde se pode fazer as pazes com o mundo. Sentámos numa mesa com vista ao farol e ao mar. Brindámos com um rosé algarvio encorpado, o Barranco Longo. Pedimos umas amêijoas à bulhão pato e um majestoso robalo grelhado. O café foi acompanhado com uma tagarela, uma composição de doces algarvios que inclui um queijinho de amêndoa e ovos, uma mini-tarte de laranja e caramelo e um brownie de alfarroba com mel e amêndoas.

Depois de tão opíparo almoço a única atividade possível é dormir a sesta. Escolhemos a praia banhada pelo mar e ao tombar-nos nas espreguiçadeiras fomos imediatamente invadidos pela sonolência das tardes de verão. Acordámos já tarde eram quase as 19:00 para ainda desfrutar no caminho marítimo de volta de um paradisíaco pôr-do-sol.

São dias assim, pelos quais vale a pena viver. A beleza e a tranquilidade da Deserta só podem trazer uns pozinhos de felicidade a qualquer relação. Acredite, o paraíso está mais perto do que imaginamos... Está à espera de quê para ir visitar?

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