Restaurante Kikusuiro, cozinha tradicional Kaiseki em Nara.
Depois de limpar a alma visitando os Cervos Sagrados e o templo de Todai-jí é tempo de alimentar o corpo. São muitos os turistas nacionais e estrangeiros que acabam por tomar a sua refeição na imediação do Parque de Nara onde existem restaurantes e hotéis (ryokan) de arquitetura tradicional.
Escolhemos o Kikusuiro, um restaurante de tipo kaiseki, localizado junto ao lago do Parque e com Jardin Zen. Este é um restaurante grande, mas dividido em várias salas e espaços e usado por locais para celebrações, como festas e casamentos. Para além da cozinha kaiseki, o Kikusiro oferece pratos de gastronomia europeia para quem já começa a sentir saudades dos sabores de casa ou simplesmente, porque pretendem acertar com o paladar do viajante ocidental.
Ficámos numa das salas com vista para o lago Araike. O sol da manhã já se tinha dissipado por trás de nuvens cinzentas, mas mesmo assim o verde das árvores do jardim zen que rodeia o restaurante continuava vibrante e glorioso.
Fomos conduzidos à mesa por uma senhora de alguma idade envergando o tradicional quimono. Fez-nos uma longa reverência e entregou-nos a carta do restaurante em inglês. Fiz-lhe algumas perguntas mas só recebi um sorriso (genuíno) como resposta.
A maioria da população japonesa não sabe falar inglês, especialmente se nos afastamosdas grandes metrópoles. Como viajámos com guia local acabámos por canalizar a conversa através dele e assim interatuar com as pessoas. Se pensa viajar sozinho (sem guia) e não sabe japonês, fique percavido que a comunicação pode ser difícil. Porém, mesmo não falando inglês, o povo Japonês é extremamente cortês, educado e preocupado com o turista. A comunicação acontece por sinais, sorrisos e alguma improvisação...
A cozinha tradicional japonesa de tipo kaiseki tem origem budista e é composta por vários pratos em pequenas porções, servidos segundo uma ordem determinada. A seleção de pratos é feita pelo chef de acordo com a estação do ano e os produtos locais. Neste caso, a apresentação do festim de pratos kaisesi não foi absolutamente tradicional, identificando-se na apresentação dos pratos um toque mais ocidental. Para provar um verdadeiro menú kaikesi teria que esperar ao dia seguinte, ao restaurante de Quioto...
De entrada, se é que se pode chamar assim, veio um usuzukuri, uma espécie de carpaccio de peixe branco cortado em fatias finas e toro de atum marinado e um pequeno sushi moriwase, ou seja, uma seleção de sushi segundo o mercado. No Japão é raríssimo encontrar-se nigiris ou qualquer sushi com bola de arroz, já que consideram essa variante como uma especialidade "menor" e utilizada casualmente pelas famílias quando vão de pic-nic e fazem uma "sanduíche" com arroz e peixe, envolta em algas nori. Todas essas invenções ocidentais de maki california são fusões entre a gastronomia japonesa e os costumes (e produtos) ocidentais. Serviram também duas tacinhas, uma com tofu fresco com cebolinho e uma de sopa miso e dashi.
Depois veio o momento yakimono, na tradição kaiseki é um prato de peixe grelhado. Neste caso veio provámos um peixe sawala grelhado no robata (o grelhador típico japonês que usa um tipo especial de carvão binchontan). O sawala é um peixe de estação sazonal com sabor parecido ao carapau e à cavala.
Provámos, à continuação, um pouco de carne de vaca waigu (a raça bovina japonesa premium) servida numa pequeníssima porção. Estava deliciosa, suave como manteiga! Aliás, todos os pratos neste restaurante (e em geral na cozinha kaiseki) são servidos em doses pequenas o que permite provar vários e ficar com uma ideia generalizada da gastronomia. As porções pequenas também são uma espécie de filosofia que pode ter várias interpretações. Primeiro, os recursos são escassos e por isso não se desperdicia servindo grandes porções que acabam no lixo. Segundo, a estética minimalista acaba por prevalecer sobre todas as coisas, estendo-se às porções e à (falta) de decoração dos pratos. Terceiro, a dieta esparsa e contida é mais saudável por isso são raros os japoneses com excesso de peso... A sobremesa foi uma gelatina com sabor a matcha - chá verde -. Há um delírio nacional por texturas gelatinosas e a maioria das sobremesas que encontrei tinha esta consistência ou um elemento gelatinoso. Por outro lado o matcha verde é muito usado nas sobremesas, bolachas, gelado, pudins... Como não sou grande fã do sabor do matcha lá tive que me contentar. Creio que é um daqueles paladares que acabarei por gostar com o tempo, mas de momento, não pertence aos meus favoritos.
Depois do almoço, os efeitos do jetlag começam a sentir-se... o corpo entorpecido pede cama mas é preciso contrariar a diferença horária... Com um café duplo abrimos o olho e partimos em direção ao templo da renovação: Kasuga Taisha.
Restaurante Kikusuiro
Página Web: http://www.kikusuiro.com/restaurant/
Parque de Nara
さようなら Sayōnara, Adeus !
Créditos Fotográficos: Avenida Chique | Kikusuiro
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