Pelas ruas de Quioto. Vivendo o Memórias de uma Gueixa.
Há muito anos que desejo conhecer a parte antiga de Quioto. Tudo começou com a leitura do livro (e depois o filme) "Memórias de uma Gueixa" de Arthur Golden. Nele descreve-se a história de vida de uma menina vendida a uma casa de gueixas (gueishas) onde é maltratada e submetida a condições de vida muito duras. Com o passar dos anos, a menina transforma-se numa bonita mulher e uma das gueixas mais veneradas da sua época, desfrutando de uma vida de riqueza e fama... Os cenários descritos na obra de Golden sobre a gata-borralheira japonesa fazem a nossa imaginação voar bem longe, até à antiga capital imperial do Japão, Quioto.
Quioto é hoje uma cidade grande com zonas modernas onde vivem e trabalham muitas pessoas. É também a cidade universitária mais respeitada do Japão, de onde saíram 1o laureados com Premios Nobel, da matemática, física e química... Na zona antiga, coroada com o Templo Kiyomizu-dera encontramos vários bairros antigos ladeados de casas tradicionais. Imperam as cores acastanhadas, as telhas cinzentas-escuras, as pedras, os bambús... A zona antiga é hoje o coração turístico da região e recebe milhares de pessoas cada ano. A maior parte dos turistas são internos (japoneses) ou de
países asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, China, etc..).
Gueixas pelas ruas? Nem por isso... ilusão turística.
As Gueixas (reais) não se deixam ver pelas ruas e por isso, encontrar uma é questão de sorte. O que sim se vê muito frequentemente são mulheres e raparigas envergando os quimonos tradicionais. Inicialmente eu pensava que se tratavam de pessoas locais que, orgulhosas dos seus trajes tradicionais, continuavam a tradição utilizando-os no dia a dia. Porém, a realidade demonstrou-me que não é bem assim...
A maioria das pessoas que envergam quimonos pelas ruas antigas de Quioto são turistas... como eu e você... a grande diferença é que ao serem orientais, parecem-nos a nós, ocidentais, parte deste cenário de sonho... Sem saber deste pequeno pormenor, caminhei pelas ruas com cuidado para não tirar fotografias às supostas gueixas (respeito à tradição e ao seu contexto)... só quando me apercebi (ao passar por uma loja que anunciava o aluguer do quimono e a sessão fotográfica) que afinal grande parte daquele festival de cor e beleza se trata de uma performance carnavalesca.
Conversei com um grupo de mulheres da Coreia do Sul (sim, elas falavam muito bem inglês, ao contrário das japonesas) trajadas com o quimono tradicional e acompanhadas por um fotógrafo e ajudante. Explicaram-me que vestir-se de Gueixa é um dos sonhos mais comúns das meninas orientais. Uma das grandes sensações é viajar a Quioto, trajar-se a preceito e realizar uma sessão fotográfica profissional. Neste caso, o grupo de mulheres, viajavam para celebrar a despedida de solteira de uma delas, alugaram os quimonos e passeavam-se pelos recantos típicos para fazer a tal reportagem. Estavam felicíssimas, como quando uma menina ocidental se veste de princesa... Quiseram logo fazer-se uma fotografia comigo, fascinadas com o formato oblongo do meu rosto ocidental... (nunca tive tanto êxito)...
Ninenzaka e Sannenzaka
Vale a pena passear pelas movimentadas ruas de Quioto antigo de Ninenzaka e Sannenzaka, perder-se nas suas ruelas, descobrir os espaços contíguos entre as casas (por causa dos terramotos), as salas de chá, os restaurantes tradicionais, as galerias de arte. Há imensas lojas a vender "souvenirs", artesanato e docinhos de chá verde... É preciso ter paciência com os turistas (afinal somos um deles), e tentar imaginar estas ruas em silêncio... ao fim da tarde, quando todos os autocarros de excursão de um dia já partiram, vale a pena caminhar pelas ruas desertas e sentir-se transportado ao imaginário de "Memórias de uma Gueixa". Mas caminhe com cuidado, especialmente em Ninenzaka e Sannenzaka, respetivamente a travessa dos dois e dos três anos... são ruelas ligeiramente íngremes e a tradição reza que quem der por aqui um tropeção terá dois ou três anos de má sorte...
A minha incursão pela tradição e cultura japonesa não se fica por aqui. Depois de visitar o Templo Kiyomizu-dera caminho pelas ruas e escadinhas da cidade até encontrar o restaurante e espaço cultural The Sodoh Higashiyama, aí esperam-me workshops de introdução à cerimónia do chá, à caligrafia kanji e aprender a preparar mochi, uns bolinhos de arroz típicos. Esta noite terei ainda a oportunidade de presenciar um autêntico espetáculo autêntico de Gueixas e de aprender um pouco mais sobre estas fascinante cultura...
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さようなら Sayōnara, Adeus !
Créditos Fotográficos: Avenida Chique | Visit Japan
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