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Palácio de Monserrate, o paraíso reinventado.

Esta é outra maravilha arquitetónica e botânica a não perder na sua próxima visita a Sintra. Vale a pena dedicar ao Palácio de Monserrate toda uma manhã ou uma tarde, para tranquilamente passear pelos seus densos jardins repletos de segredos e surpresas, antigos monumentos, ruinas góticas, lagos e riachos.

Existe um pequeno bus que transporta quem tem problemas de locomoção desde a entrada do parque até ao palácio. Se puder andar, dê um passeio pelos caminhos verdes, à sombra das centenárias árvores e inspire o ar puro e saudável destas zonas. Prometo-lhe que é pura poesia botânica, para os olhos e para a alma.

Majestoso e imponente, o Palácio de Monserrate ergue-se estóico num monte verde, descansando as suas enigmáticas janelas no horizonte da Serra de Sintra. A profusão de arquiteturas com inspiração oriental, as grandiosas salas e quartos fazem-nos sonhar com um tempo de opulência. Foi Sir Francis Cook que, em 1856, mandou reconstruir o palácio atribuindo-lhe o eclético requinte decorativo dos oitocentos e desenvolveu os jardins românticos que hoje embelezam os 143 hectares de parque.

Atualmente existem belos detalhes ornamentais, como a extraordinária porta em madeira exótica trabalhada que dá acesso à biblioteca, as colunas em mármore rosa e o rendilhado arabesco dos grandes corredores, as estátuas e o cantarolar das fontes interiores, ou o grande fogão da cozinha consubstanciam as muitas razões pelas quais deve conhecer esta relíquia arquitetónica.

Um pouco de história...

Onde hoje está o edifício do palácio existiu uma capela mandada erguer em 1540 em honra da Nossa Senhora de Monserrate e que dá nome a este mítico lugar. Até ao princípio do século XVII a propriedade pertenceu ao Hospital de todos os Santos em Lisboa. Em 1640, a família Mello e Castro alugou e mais tarde adquiriu esta bela propriedade onde viveu até ao grande terremoto de Lisboa, em 1755, que terá destruído a casa e a capela. Em 1790, Gerard de Visme alugou a propriedade e mandou construir um belo palácio neo-gótico sob as ruínas da antiga capela. Três anos depois, William Beckford, novo inquilino, começou com as obras de reconstrução do palácio e o trabalho paisagístico. Mas foi em 1856, que Sir Francis Cook, ao comprar a quinta de Monserrate, impulsionou as obras de recuperação, investiu em belos detalhes decorativos e finalizou a construção dos diferentes jardins, nomeadamene o jardim das rosas, o jardim mexicano e os grandes lagos ornamentais.

Em 1949, o Estado Português adquiriu o Parque e o Palácio de Monserrate e iniciaram-se os trabalhos de recuperação. Em 1995, a Unesco declarou Sintra e os seus conjuntos arquitetónicos e botânicos - onde se inclui este belo lugar - como Património Mundial da Humanidade.

Monserrate Virtual

No hall de entrada octogonal do Palácio existe um ponto de informação virtual. A visita é feita por um ciborgue "Sir Francis Cook" que vai explicando as diferentes habitações da casa e os trabalhos de recuperação nelas realizado. Não sou de perder muito tempo com este tipo de "gadgets" pois prefiro ler um livro ou uma guia sobre o local, mas neste caso, está feito de forma didática e interessante.

Casa dos scones e a Casa dos Senhores dos Anéis

Afastada do palácio e mais recolhida na floresta encontra-se a Casa de Pedra, com o seu ar rústico e textura musgosa, o edifício quase poderia ter saído de um cenário do conto do "Senhor dos Anéis". Nesta casa de curiosas feições funciona hoje o escritório da empresa Parque de Sintra - Monte da Lua, que para além da gestão do Parque e Palácio de Monserrate administra também o Parque e Palácio da Pena, o Palácio de Queluz, o Palácio de Sintra, o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos, o Chalet e Jardim da Condessa d'Edla e vários outros monumentos de interesse que conformam o Património Mundial da Humanidade de Sintra.

Ao lado da Casa de Pedra espera-nos a Casa Rosa com sala de chá, scones e bolinhos para recuperar do grande passeio pelos caminhos do parque. Saliento a boa seleção de chás e os pastéis finos.

A jóia neo-gótica escondida...

Eu fiquei rendida a este lugar, ainda tão desconhecido para nós Portugueses e que está aberto ao público apenas desde 2010. É difícil escolher qual é o meu lugar favorito no Parque de Monserrate, no entanto, perdidas no meio dos jardins encontram-se as ruínas "falsas" de um palácio neo-gótico. As raízes das árvores tomaram contam das pedras, os musgos agarraram-se ao negrume dos muros e um silêncio sepulcral convida à evasão. Este é um lugar mágico que faz despertar histórias e lendas na mente de qualquer visitante.

Dicas Úteis

Existem dois parques de estacionamento em frente ao Parque de Monserrate e por lá param vários autocarros turísticos como o "Hop On Hop Off", o simpático bus elétrico verde que pára em diversas paragens turísticas como o Parque da Pena, o Chalet d'Edla ou o Roseiral, contudo, a melhor forma de chegar a Monserrate é num passeio de charrete. É uma experiência única adentrar-se pela bela rua de Bocage e ser engolido pelo verde luxuriante da vegetação e das copas das árvores e ir descobrindo, aos poucos, os contornos de Monserrate e como pano de fundo, o trotar dos cavalos... já sabem, sou uma romântica impedernida...

Horários de Abertura ao Público (existem variações segundo a época do ano):

Temporada Baixa

- Parque das 10:00 às 18:00, último bilhete às 17:00

- Palácio das 10:00 às 17:00, último bilhete às 16:15

Temporada Alta

- Parque de 9:30 às 20:00, último bilhete às 19:00

- Palácio das 9:30 às 19:00, último bilhete às 18:15

Mais informação

Parque de Monserrate

2710-405 Sintra

(+351) 21 923 73 00

Aqui ficam algumas das fotografias tiradas com Iphone durante a minha visita. Estava um dia cinzento, com chuva e alguma neblina misteriosa, porém, haverá clima que melhor se coadune com a beleza romântica destas paragens?

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