Sonho de Natal em Sintra
Não é preciso ir à Disneyland para viver um sonho natalício digno de uma verdadeira princesa. Aqui mesmo, em Portugal, temos sítios maravilhosos carregados de mitos, lendas e História que nos oferecem experiências únicas. Há já muito tempo que tinha vontade de passar um fim de semana tranquilo em Sintra, passear pelos bosques mágicos, inspirar o ar fresco da serra, ouvir o cantar incessante dos pardais de Inverno e visitar os palácios e os seus românticos jardins. E eis que, finalmente, encontrámos espaço e tempo para ir até esta maravilhosa vila, terra de reis e princesas e extraordinários palácios encapsulados no tempo e emoldurados por uma natureza fascinante.
Estamos quase no Natal e o passeio é ainda mais bonito nesta altura do ano. A bela vila de Sintra está enfeitada com luzinhas e adornos natalícios. Existem pequenos pontos de venda de lembranças e artesanato e junto ao Palácio de Sintra espera-nos um curioso mercadinho de natal, as caras sorridentes e ruborizadas pelo frio dos artesãos e uma grande árvore iluminada. No ar cheira a castanhas assadas, a açúcar caramelizado e a vinho quente com especiarias. Faz um frio húmido mas suportável e da montanha desce uma misteriosa neblina que enfeita as copas dos pinheiros e os telhados das casas. Ouvem-se os cascos dos cavalos nas pedras da calçada e os zum-zums dos modernos "tuc-tuc".
Ficámos alojados no imponente Palácio de Seteais, hoje, um hotel de cinco estrelas regido pelo grupo Tivoli e uma das grandes referências hoteleiras de Sintra. Durante o fim de semana houve tempo para visitar os clássicos Palácio Nacional da Pena e o Castelo dos Mouros, provar as deliciosas “queijadas de Sintra” na Periquita, e também para descobrir, dois lugares absolutamente mágicos: o Palácio de Monserrate e a Quinta da Regaleira.
Existem muitas razões para visitar Sintra, afinal estamos perante uma absoluta joia reconhecida como “Paisagem Cultural da Património da Humanidade” em 1995 pela Unesco. A natureza fascinante convida-nos a embrenhar-nos por penhascos e escarpas agrestes da serra e a realizar um roteiro pelo passado ao passar por casas, mansões e palácios que guardam as glórias de outras eras. Dignos de visita são também o Convento dos Capuchos e o Parque da Liberdade.
Sintra não é só verde e arquitectura. Existe um outro lado, mais Atlântico e azul. Aqui, tão perto temos o “Cabo da Roca”, imortalizado pelo imaginário de tantos poetas e escritores. Um ponto agreste entre a terra e o mar, uma das zonas mais ocidentais do Continente Europeu, onde o concerto belicoso das ondas não dá descanso às almas, nem às rochas e penhascos. De cima, impávido e contemplador, o olhar do farol guarda os barcos guiando-os a bom porto e tolera, com sabedoria antiga, as investidas furiosas do mar de Inverno. Mas foi esse mar, cheio de personalidade guerreira que foi escavando baías e pequenas praias nos penhascos. Por isso, hoje encontramos deliciosas praias e pequenas vilas piscatórias aninhadas nas rochas e contemplando o azul infinito. E já agora que tal fazer um passeio em Elétrico desde a Vila até ao Mar? O caminho de ferro e este meio de transporte tão especial existem desde a segunda metade do século XIX e ainda nos oferecem momentos memoráveis...
São tantas e tão variadas as razões pelas quais visitar Sintra, que agora que voltei, já tenho de novo a vontade de partir... Aqui ficam algumas fotografias deste belo lugar, terra incomparável de sonhos e poesia histórica.
Nos próximos posts vou partilhar consigo a experiência de alojamento no histórico Palácio de Seteais (ler aqui) e as visitas à Quinta da Regaleira (ler aqui) e ao Palácio de Monserrate (ler aqui). Fique por aí...