Chegámos ao Japão. 19 horas de viagem.
No fim de semana em que em Portugal se viveram momentos inesquecíveis: a visita do Papa, o triunfo de Salvador na Eurovisão e a vitória do Benfica, eu não me apercebi de nada por que literalmente andava com a cabeça pelas nuvens. Coincidiu com a viagem de Madrid ao Japão, um total de 19 horas de viagem, das quais 14 horas de voo. Nada se consegue sem sacríficio e neste caso, viajar ao Japão exige, quer se queira, quer não esta primeira etapa de desafio (ao sono e à paciência...).
A viagem de Madrid a Helsínquia dura aproximadamente 4 horas. Viajámos com Finnair em classe turística, os assentos são confortáveis mas o espaço para as pernas é reduzido. Compramos uma almofada de descanso da Samsonite (26 euros) no último momento, pertinho da porta de embarque, e foi um bom investimento. O voo decorreu sem problema e aproveitei para escrever e colocar trabalho em dia. Nas viagens a bordo da Finnair, o serviço de água e o sumo de arândanos (bilberry) é gratuito.
À chegada a Helsínquia o fuso horário adiantou-se mais uma hora e como havia um tempinho entre os dois voos aproveitámos para almoçar algo. A nossa primeira incursão pela gastronomia japonesa aconteceu mesmo ao lado da porta de embarque provámos uma sopa de Hiyashi, com noodles soba, cogumelos shitake, bambú, algas nori e caldo miso. O aeroporto internacional de Helsínquia é uma maravilha da arquitetura devido ao aproveitamento da luz natural, mas estava tão cheio que não dava vontade de passear, tal era o mar de gente que calcorreava os acessos às portas de embarque.
O avião que nos levou de Helsínquia a Osaka foi um Boeing Airbus A330 e o trajeto teve uma duração estimada de 9,5 horas. Para nós era imperativo dormir no voo, porque a chegada ao Japão ia ser às 9 da manhã, hora local. Ainda verificámos o preço dos assentos em Business, mas os valores atingiam uns insultantes 7.500 euros... achámos que era melhor investir esse dinheiro em outra coisa e submetemo-nos voluntariamente ao suplício do assento de turista. O voo vinha repleto e não havia espaço para guardar a mala de mão, a bolsa e malinhas dos computadores, por isso, acabámos por viajar com tudo isso em cima de nós... já estão a imaginar o drama do espaço.
Para mim, mesmo que já tenha viajado por meio mundo, a viagem de avião (especialmente quando é em turista) continua a ser o pior momento de uma viagem, mas sei que é uma etapa do processo que não posso saltar. Se juntarmos a duração dos voos (4 horas Madrid-Helsínquia e 9,5 horas Helsínquia-Osaka) com o tempo de trânsito entre eles e os períodos de espera entre check-in e boarding, estamos a falar de um total de 19 horas. Na verdade, saí do hotel em Madrid às 8:00 da manhã e cheguei a Osaka às 01:30 (hora espanhola). Com a diferença horária, no Japão eram as 9:00 da manhã... E ainda temos que adicionar a viagem de Faro a Lisboa, e de Lisboa a Madrid (onde ficámos alojados por uma noite)... ou seja dois dias inteirinhos de viagem... não é pêra doce...
Creio que há medida que os anos vão passando, vou apreciando cada vez mais o conforto. Ainda me lembro dos interrails pela Europa que fiz aos 17 e 18 anos... dormíamos em qualquer lado, num banco da estação se fosse preciso.... hoje, passado 20 anos e muitas viagens depois, nem me falem em "turismo mochileiro", comboios-jovem ou em aviões low-cost... Esse tempo para mim já passou e agora aprecio o conforto de um bom hotel e de preferência viagem em companhias aéreas de bandeira ou de referência... espero que não me considerem arrogante, mas o verdadeiro viajante é um sentimento interior não relacionado com o nível de conforto do qual se deseja abdicar. Naturalmente que quando não há orçamento, somos obrigados a fazer escolhas. Neste caso, com um mínimo de conforto as viagens ao Japão podem sair caras.
Como ainda não inventaram o "tele-transporte" uso todo o tipo de estratagemas para evitar o aborrecimento e desconforto do avião: livros, música e filmes para ocupar a mente e para ter um pouco de conforto não dispenso os auscultadores (se possível com redução de ruído ambiente), casacos com capucho, máscaras de dormir, meias, almofadas... parece exagerado? Nem por isso, quando se está confinado num assento de avião sem se poder mexer durante nove ou mais horas qualquer um agradece estes acessórios de viagem.
No voo de Helsínquia ao Japão viajámos num Boeing A330 e os assentos económicos são relativamente confortáveis. Todos têm ecrã com uma seleção de filmes e música. No assento esperava-nos um kit de boas vindas composto por almofada, mantinha e auscultadores. Foram servidas duas refeições quentes a bordo, primeiro o jantar e uma hora antes da chegada, o pequeno-almoço. Quando começámos a descer para o nosso destino fiquei imensamente ansiosa... começava finalmente a parte boa desta viagem! Konichiwa, Olá Japão!
A aterragem foi suave e fez-se junto à água na ilha artificial onde estão localizadas as pistas de descolagem e chegada. As ilhas e penínsulas artificiais estão feitas a partir de resíduos industriais compactados. O interior do terminal de chegadas do aeroporto de Kansai está pintado em rosa pastel, em homenagem à Sakura (festival das cerejeiras em flor) mas já tem alguns anos (foi construído em 1994). O controlo de passaportes e emigração decorreu sem problemas, tudo super-organizado, sem aglomeração de pessoas.
Quando saímos, o nosso transporte privado já estava à nossa espera e os 40 km de distância que ligam o Aeroporto a Osaka foram feitos num ápice. Por ser domingo, não havia trânsito. A nossa guia privada, Nori-Ko (ko significa mulher) foi-nos contando imensas histórias e factos contextuais durante o trajeto. As malas seguiram para o Hotel Ritz Carlton e a nossa visita cultural começou de imediato... primeira paragem: Umeda Sky Building e o seu jardim flutuante...
さようなら Sayōnara, Adeus !
Créditos Fotográficos: Avenida Chique
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