A Arte do Restyling: Joana Diogo
O nosso encontro estava escrito. Hoje, saindo do habitual repertório da gastronomia, viagens e hotelaria de luxo, venho-vos falar de uma artista portuguesa cujo trabalho apaixona. Chama-se Joana Diogo e realiza trabalhos únicos de restyling - recuperação artística - de peças de mobiliário.
Primeiro, conheci a obra. Depois, a artista. Descobri, há alguns meses uma das peças da Joana, o piano-obra-de-arte do Hotel Bela Vista. Visitei este belíssimo hotel palácio em Portimão no contexto do CaviArt e quando passei por aquela peça centenária tão formidavelmente recuperada com um collage de tecidos de tradicionais portugueses, os meus olhos abriram-se de espanto. Os tecidos de chita de Alcobaça em tons de azul, vermelho e amarelo-ocre estrategicamente alinhados vieram dar uma nova alma ao velho piano. Hoje, o instrumento-obra-de-arte preside com imponência o hall de entrada do palacete, não deixando a ninguém indiferente. Na altura indaguei pela artista, mas só descobri que se tratava de um desenho de interiorismo de Graça Viterbo.
Passado, uns meses, e porque estas coisas às vezes acontecem assim, de imprevisto, encontrei-me com a Joana Diogo à saída de um café na Quinta do Lago. Literalmente, eu entrava e ela ia a sair do Pure e a conversa surgiu de forma espontânea. Joana é uma artista que faz restyling de peças de mobiliário, dá-lhes uma nova vida e transforma-a à medida da personalidade do seu dono.
Eu gosto muito de recuperação de móveis e quem frequenta a minha casa sabe que adoro pegar em peças antigas e dar-lhes uma patine francesa "boho-chic" ou até passar uma tinta de ouro ou prata sobre as superficies envelhecidas. Os móveis antigos têm uma história que é importante preservar, não são peças tipo Ikea de usar e deitar fora. Os móveis, especialmente aqueles que herdámos de uma avó ou mãe saudosa, são muito mais que móveis. São memórias condensadas, cápsulas do tempo, testemunhos silenciosos das nossas vidas, alegrias e tristezas. E por isso, acredito em dar-lhes uma segunda e terceira vida, uma oportunidade de voltar a brilhar e ser, porque não, o centro das atenções.
Joana Diogo leva este conceito ao extremo, reinventando técnicas de recuperação com uma linguagem pop art e um neo-kitsch que recorda o imaginário de Frida Kahlo. Diogo transforma a recuperação numa segunda intervenção artística, criando sobre a obra já criada. Utiliza várias técnicas, uma mistura de collages e decoupages, aplicando tecidos ou papéis decorativos sobre as superfícies exteriores e interiores dos móveis. E assim, vai contando novas histórias. Por vezes, como no Piano do Bela Vista, são narrativas de uma "portugalidade" latente. Nesta última coleção que pode ser vista em Cascais, no Atelier de Gracinha Viterbo, Joana Diogo apresenta peças que contam histórias de viagens, mundos tropicais e imaginários exóticos.
Já sabe, se tiver um móvel antigo ao qual quiser dar um novo look, a Joana Diogo é uma escolha a não descurar.
Para mais Informação:
Habitat Improver - Joana Diogo
T: +351 91 854 50 55 / + 351 96 833 24 51
Rua de Pedrouços, 27 - Atelier 7, 1400-285 Lisboa
Créditos Fotográficos: Avenida Chique